quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Veja bem, meu bem...



Veja bem, meu bem, diferente da canção dos velhos barbudos brasileiros, não vou te dizer que eu arranjei um outro alguém pra me confortar. Foi em você que encontrei conforto e não tenho motivos pra lamentações.

A saudade me abraça quando você sai e eu apenas me conformo com o frio que aqui fica. Começo a lembrar das coisas boas que passamos juntos, pra tentar não pirar contando as horas pra te ver. Tento beber meu chocolate quente sem pensar que prefiro o teu calor. Tento ouvir uma música sem lembrar de ti. Claro que nada funciona.

Veja bem, amor, mesmo sabendo onde está, meu coração fica apertado. Acho que quando uma história sai do papel, como a nossa, viver se torna algo esplêndido e assustador. Mesmo assim, não mudaria nenhuma vírgula dessa história. Não me imagino em nenhum lugar sem você, sendo em dias bons ou ruins.
Você foi pra mim uma espécie de cais... tão sedutor, a ponto de me fazer ancorar e encontrar a paz. Não aquela paz utópica; uma paz com turbulências de ciúmes, com ventos de teimosia e, principalmente, com um temporal de amor.

E eu nunca vou te esquecer, amor. Ponto. Sem nenhum "mas", como na música.

Não somos tão sutis, nem somos vulgares. Somos apenas nós mesmos quando estamos juntos. Se por acaso te falar algo grosseiro, não será por maldade - talvez por saudade, mas não a deixe ficar aqui.

Amor, veja bem, eu arranjei alguém que quero ter sempre comigo. Por esse alguém, fui capaz de desconstruir toda a melancolia de uma canção. Por esse alguém, transformei todas as músicas em histórias felizes e farei isso mais um milhão de vezes, enquanto houver uma canção triste.

sábado, 24 de agosto de 2013

Meu abismo mar


Eu quis pular de cabeça num abismo que não conhecia.
Eu descobri que aquele abismo era, na verdade, um mar.
Mergulhei cada vez mais fundo, mesmo sem saber nadar.

Me deparei com os mais lindos corais nos teus beijos.
E o verde do mar refletia os teus olhos.
Mas o ar começou a me faltar e eu me afoguei.

Pensei que finalmente daria meu último suspiro.
Só consegui lembrar do nosso calor, harmonioso como as ondas.
Fechei os olhos e me entreguei.

O mar foi piedoso comigo e me devolveu pra areia.
Mesmo assim, foi difícil acordar.
Quando voltei a mim, me vi à beira do abismo;
do meu velho amor - o abismo mar.

Suas ondas quentes puxavam meus pés, como um abraço de quem sente saudade.
A vontade de mergulhar novamente me invadiu.
E ela foi muito mais forte do que o medo de me afogar.

Quando dei por mim, me vi à beira do abismo;
do meu velho amor - o abismo mar.

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Amor em nível hard



Eu achava que sabia muito sobre amor.
Hoje eu sei que o amor é o seu cheiro que me invade; é o seu beijo que me entontece; é te ouvir dizer que me ama ao pé do ouvido, enquanto estamos deitados no sofá.
Hoje eu sei que o amor não é só melação, não são só promessas. O amor é algo muito maior, muito abrangente. É carinho, cuidado, paixão, companheirismo, vontade, confiança, entrega. É a cama, o cobertor, o travesseiro fofo. É sentir os pé se esfregando no frio, um cafuné sem precisar pedir, uma massagem delicada e maliciosa.

Ah, eu que achava que sabia tanto... Mas estava apenas no modo iniciante.
Hoje, no hard, a coisa é diferente. É como deixar de ser um expectador e passar a fazer parte do show.
É sentir uma chama dentro de si capaz transparecer através do olhar, fazendo qualquer desconhecido identificar aquele brilho todo peculiar que só o amor proporciona.
É sentir o corpo do outro junto ao seu e nunca se saciar. É viajar a cada frase bonita de uma música ou de um poema qualquer. É se sentir bem e completo. É ter nas lembranças de cada momento a inspiração para falar de amor sem ter vergonha. É não ter vergonha. É ter coragem, esperança, sonhos. É ter o próprio amor. É ter você.

quinta-feira, 23 de maio de 2013

O seu lado da cama


Acordei com uma vontade enorme do teu sorriso. Rolei pelo espaço vazio da cama lembrando o quanto a noite é fria sem você aqui. Por melhor que seja o cobertor, o calor que ele me proporciona não me esquenta como o calor dos seus braços, e isso é um fato. Sentei na cama com a cara toda amassada, peguei o celular e fiquei olhando sua foto. Eu sei que não é a mesma coisa, mas a vontade de te ver ao acordar é gritante.
Saí da cama por apenas alguns minutos, para preparar um chocolate quente e voltei em seguida. Me cobri e te escrevi uma mensagem. Os instantes seguintes foram de espera, com os olhos fixos no celular, esperando sua resposta. Não demorou, mas confesso que aquele minuto foi especialmente longo.

Lendo suas palavras, percebi que um sorriso bobo pulava da minha boca. Ele sempre aparece com muita facilidade quando o assunto é você. Um gole de chocolate e mil lembranças de nós dois. Dos nossos sorrisos, das conversas bobas ou sérias, dos planos, dos olhares, dos meus ataques de ciúmes, do medo de te perder, dos beijos, do balanço na rede, dos segredos na varanda, do brigadeiro na panela... E mais uma vez eu estava suspirando.

Sei que tenho lá os meus momentos de maluca neurótica ou velha chata, assim como você também tem os seus. Mas sei que quando estamos juntos, são as nossas melhores faces que prevalecem. Você me dá seu melhor sorriso e eu retribuo com o olhar mais brilhante. Qualquer pessoa, por mais idiota que seja, e mesmo que nem me conheça, consegue perceber que eu te encontrei, só de olhar. E sim, eu fico feliz com isso, porque sei que você está entregue. E nada me deixa mais feliz do que te ouvir dizer que só quer a mim.

O seu lado da cama está frio, quase intacto. E olhando pra ele, tenho a impressão que você vai aparecer a qualquer momento pra preencher o espaço vazio. Penso em deitar, mas sei que isso só vai servir pra aumentar a nostalgia. Olho fixamente e quase consigo nos ver. Minhas mãos em seus cabelos, suas mãos na minha cintura, e um beijo tão caloroso quanto se possa imaginar. Nós dois em chamas, envolvidos, como se nada mais no mundo importasse... Ah, o seu lado da cama me faz viajar tanto! Me faz pensar no quanto já vivemos e nos quanto ainda temos pra viver. Está tudo guardado em nós, e apenas isso basta.

E, mesmo sem a sua presença física ocupando seu lugar na cama, eu sei que está aqui comigo. Então eu acabo meu chocolate e sigo contando as horas pra te ver. Eu te espero. A cama também.


terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Feitos de palavras



É como se cada letra fosse uma célula, essencial pra nossa formação. E cada palavra formada ajudasse a nos manter de pé. E depois de juntar cada letrinha e cada palavra, formamos um belo texto de amor.

Esse texto não foi feito com aquela estrutura tradicional. Não foi bem naquela ordem de introdução, desenvolvimento e conclusão. A vida escolheu uma outra ordem. Ou vai ver foi o destino que escreveu essa bagunça.

O nosso texto começou pelo desenvolvimento: um sentimento bem louco e forte foi se desenvolvendo onde eu nunca imaginei encontrá-lo e onde nenhum de nós poderia/deveria encontrar. Tudo indicava que nunca passaria de imaginação. E até mesmo imaginar qualquer coisa relacionada a isso já me fazia sentir culpada. Algumas vezes você me olhava como se pudesse ler a minha mente e me dissesse tudo o que eu queria escutar. Outra vezes, ficava tenso ou parecia se fazer de desentendido, como se tudo aquilo fosse apenas fruto da minha imaginação. E quantas vezes eu quebrei a cabeça, tentando provar pra mim mesma que eu tava viajando, que aquilo era mesmo loucura minha...
O tempo foi passando, mas a tal loucura não. Até que eu parei de tentar me enganar. Não era imaginação e ponto final. E o nosso sentimento não imaginário foi se desenvolvendo de sua maneira tímida e oprimida, apesar dos pesares. E mesmo assim, acho que só a gente via essa timidez.


Depois do desenvolvimento, veio a conclusão. Aliás, vieram as conclusões.
Eu já estava conformada com o fato de que meus textos teriam que ter duplo sentido, que eu jamais poderia chegar mais perto do seu corpo e que o brilho dos seus olhos nunca seria por minha causa. Era um lindo romance imaginário. Só não era perfeito justamente por ser imaginário. Mas descobri que essa foi uma conclusão precipitada.
Muitas coisas aconteceram. Aquilo que eu pensei que seria apenas imaginação, virou realidade. Teus beijos passaram a me consumir com mais frequência e intensidade. Pensar em você se tornou um ato tão constante, que foi incorporado à minha rotina. Me conter na frente das pessoas se tornou algo cada vez mais difícil. Eu estava tão certa de tudo, que acabei descobrindo que não sabia nada. E depois de tudo, só pude concluir que minha única certeza era de querer ficar ao seu lado.

E depois voltamos pra fase de desenvolvimento. Você começou a permitir que seu coração se abrisse. Você foi ficando cada vez mais próximo, companheiro, apaixonado. Eu finalmente consegui enxergar aquele brilho nos seus olhos que um dia tive a certeza que só veria nos meus sonhos. Você me encantou. Você se entregou, me deu carinho e cuidou de mim. Você permitiu que o desenvolvimento fosse mútuo.

Finalmente, chegamos à introdução. E agora estamos juntando palavras pra começar a escrever a nossa história. Somos feitos de palavras: felicidade, carinho, paixão. E tem muito mais... Temos um livro em branco pra preencher. A caneta tá na mão. O pés estão prontos pra caminhar. Então, vem comigo, deixa as minha palavras te mostrarem que teu sorriso pode ser mais feliz ao meu lado.